da inutilidade dos membros

Meus braços são curtos demasiado
para o propósito que lhes proponho.
Não há mais nobre propósito ou sonho
mas são inúteis os braços que trago.

O coração que tenho é muito raso
para conter o que a ele atribuo.
Tudo que meus olhos pensam no escuro
não me cabe no coração tão vago.

Não tenho na alma a fibra que preciso
para cumprir, do espírito, a missão
não sei de quem, há muito, recebida.

Não obstante, vou seguindo a vida,
aos poucos alongando com um sorriso
meus braços, minha alma e o coração.

W.G. Gardel [18/08/2018]

manchou tua alma?